Essa foto foi tirada dentro de uma entrevista que fiz dentro do meu prédio. Isso pra mim foi super importante, porque levo minha quebrada no peito por onde eu for, e poder representa-la me deixa muito orgulhosa de mim mesma.
Como poeta e mulher dominante da fala, sei e digo com convicção que minha quebrada carece de atenção. Seria muita hipocrisia da minha parte falar sobre ativismo e feminismo lá fora e não falar sobre isso aqui dentro. A gente desce pro centro, fala de Racismo, feminismo, preconceito, relações abusivas, mas falamos o mesmo. Repetimos as mesmas coisas para as pessoas que já sabem e já tem essa base assim como nós.
Eu quero chegar pros menó daqui e trocar uma ideia pesada, falar que a abordagem da polícia é truculenta, racista e que mata. Eu quero chegar pra minha vizinha que apanha do marido e falar que um tapa não é carinho é agressão e que ela tem que discar pro 180. Eu quero é ver o meu povo prosperando, alcançando suas vontades e sonhos.
“Eu queria ser mais pela minha comunidade, eu queria fazer mais pela minha comunidade. E eu vou fazer!”
Por Lelê Cirino
